segunda-feira, 13 de abril de 2009

Diferença entre "O Melhor em CAD" e "Parceria em CAD" (Stock Car Brasil).


Quando abordamos os serviços oferecidos por inúmeras revendas de diversas desenvolvedoras de software CAD, encontramos diversos vendedores sedentos por números e resultados em vendas. Isso por diversas vezes acaba por desgastar o relacionamento entre cliente e fornecedor, pois esses vendedores deixam de interessar se pelo negócio do cliente e acabam focando único e exclusivamente em seu próprio interesse, ou seja, a venda. Essa metodologia quase sempre acaba sendo um “tiro no próprio pé” do vendedor, pois acaba perdendo oportunidade de desenvolver um negócio maior e de encontro com o que o cliente espera.

Um caso interessante que aconteceu recentemente, e esse foi bastante abordado pela mídia, foi o desenvolvimento do novo carro da Stock Car Brasil. Este carro foi projetado pela JL Racing de Cotia – SP (com patrocínio de uma desenvolvedora de CAD) para a temporada 2009. O desenvolvimento ocorreu bem, o carro ficou muito bonito, porém algo não ocorreu conforme planejado. Durante a primeira etapa do campeonato, que aconteceu em Interlagos, o escapamento foi tema recorrente na apresentação da RZ, equipe de Ricardo Zonta. O paranaense e o conterrâneo Ricardo Sperafico expuseram que a peça, que começa na frente do carro e termina na lateral direita, esquenta demais, chegando a temperaturas entre 700 e 1.000ºC. Dentro do veículo, passa dos 60ºC. A refrigeração interna é falha, com uma fresta no topo e duas nas laterais traseiras. Sperafico chegou a dizer que seus joelhos começaram a arder. "É muito incômodo". Não suficiente a reclamação dessa equipe, continuaram com os testes até que durante a primeira volta de Cacá Bueno, quando ele passava pelo "S do Senna", seu carro começou a pegar fogo, e ficou inteiramente carbonizado, felizmente o piloto saiu ileso.

Durante a prova o destaque principal foram os capôs que voaram dos carros devido aos pequenos toques durante a corrida o que acabou, inclusive, comprometendo o resultado real da prova. Na pista, Ricardo Zonta venceu, mas devido ao seu “capô voador” quem recebeu a bandeira como vitorioso foi Paulo Salustiano. O festival dos capôs voadores teve continuidade com Claudio Caparelli, Chico Serra, William Starostik, Marcos Gomes, Daniel Landi, Cacá Bueno, Valdeno Brito, Enrique Bernoldi e Alceu Feldmann, mas o que mais impressionou foi o voo da peça montada no carro de Allam Khodair.

Todos que são envolvidos hoje com o mundo CAD sabem (ou deveriam saber) que os projetos devem ser validados antes do primeiro protótipo ser construído. O que aconteceu com esse projeto da Stock Car Brasil, no que me parece, é que foi criado um belo de um modelo 3D ao invés de trabalhar com um protótipo digital, onde o desenvolvimento do produto é concentrado na sua funcionalidade e não na geometria. E de quem é o erro, ou melhor, de quem são os erros quanto a esse desenvolvimento? É claro que os projetistas e engenheiros desse projeto tem culpa, mas a culpa maior (no meu ponto de vista) é da desenvolvedora do software CAD, que patrocinou esse desenvolvimento, portanto deveria estar acompanhando passo á passo esse projeto visto que as falhas do mesmo iriam acarretar de uma maneira negativa a imagem do software.

Podemos também, analisar por outro ângulo. A falha pode estar também na revenda que intermediou esse patrocínio, pois focou no ganho que o desenvolvimento de um projeto como esse poderia proporcionar e esqueceu que uma capacitação dos projetistas e engenheiros para utilização do software é de suma importância. Portanto, o que é melhor? O melhor em CAD ou uma parceria em CAD?

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